Doce criança
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Morfina
Gritos na Madrugada
Perdido na bruma,
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Rosa Cremada
Lágrimas correm em meu rosto
O Rouxinol
Era uma vez
O Pianista
Dedos sobre as teclas,
O Lobo
Lobo sombrio,
O Escorpião
Uma vez criado,
O Apocalipse
No meio do asfalto,
Me Olhas
Meus olhos acordam embaçados,
Maldito Seja
Eu já cansei!
Inquebrável
O que é isso que sinto?
Do Fundo do Coração
Estou machucado.
Descreve-mes e Serás Meu
Quem é essa que sorri como as nuvens?
Demônios
Sozinho no meu quarto,
Coração de Gelo
Em cristal perfeito
Caderno Negro
Em páginas impregnadas
A Sereia
Gótica sereia,
A História do Corvo e do Pombo
Depois da madrugada,
A Boneca e a Menina
Seu rosto derrete em porcelana,
A Bailarina
À luz dos refletores, dança um belo ser
Bloody Mary
Eu poderia começar dizendo que numa bela alvorada nascia um coração puro e calmo que semearia a paz na terra, mas se assim dissesse, estaria mentindo para mim e para vocês.
Naquela maldita noite, as trevas deram mais um grito exalando suas sombras e envolvendo uma pobre menina que manchada de rubro sangue chorava desesperadamente por infelizmente ter vindo a esse mundo.
Os anos foram se passando e eu fui notando que ela se envolvia cada vez mais com sua verdadeira natureza. A menina se hipnotizava com qualquer coisa, parecia ansiar pela morte como um leão que aspira raiva e sai em disparada até sua presa, e só depois de três chamados meus, seu rosto me dava atenção. Ela passava horas contemplando rutilamente a lua e o meu medo aumentava cada vez mais, porque eu sabia que naquela noite mesmo, estaria eu, correndo um grande perigo.
O vento balançava os galhos das árvores enquanto meu coração batia acelerado, porque sentia a presença dela se aproximar aos poucos.
A minha alma grita ao transparente lume lunar e permanece enjaulada pela abóbada celeste aos confins do tempo até me fazer perceber, que no dia em que ela nasceu seu destino estaria selado, e esse estaria fadado à apenas matar.
Sua presença adentra o quarto, a qual está munida duma faca, que será usada para roubar minha alma e ser levada por essa maldita ceifadora de vidas. O canto do corvo acaba sendo minha marcha fúnebre enquanto meu corpo morto banha a cama de sangue e Maria segue para o jardim.
Seus passos negros esmagam a grama e a apodrecem, enquanto seu rosto permanece com um eterno e rotineiro sorriso de orelha a orelha, e o olhar gótico fita a estufa.
Ao entrar no cemitério de borboletas, suas mãos deslizam por cima das rosas e seu perfume voa para o ar. As sombras consomem cada centímetro do ambiente e os vidros se quebram, menos um.
Um espelho ainda vive no fundo do ambiente, o qual será a minha esperança de vingança. Maria avista o espelho e permanece parada até que é engolida por ele. Minha alma rejubila de alegria em saber que as trevas estão agora apreendidas.
Infelizmente o espelho não se quebrou e a maldição ainda vive e se espalha pelo mundo. Se tu queres saber mesmo como é estar na presença dela, dirija-se até um espelho e profira calmamente:
- Bloody Mary, Bloody Mary… Bloody Mary.
Adeus!
A Gôndola
Vou ao relento, deitando em uma velha gôndola. À deriva de um sol ardente, ou a uma chuva violenta, mas sem qualquer preocupação. O rio tranquilo me carrega por um longo tempo, e nesse tempo, eu caio em sono.
Então eu sonho. Sonho com o céu rubro, as nuvens negras e o rio ao qual uso de transporte estava negro e asqueroso. Sonho também que meu amor está deitado junto comigo. Seus olhos estão diferentes, esquisitos. Ele se levanta e me joga ao rio, e eu entrego meu último grito a ouvidos traidores e entrego minha ultima lágrima a olhos vis.
Sempre ouvir dizer que o amor traz alegria e também sofrimento, mas nunca ouvi falar que ele traz a morte. Talvez porque ela seja bonita e nos ame mais do que nós mesmos. Talvez a morte seja a nossa única companheira.
Talvez tenha sido a morte que tenha me tirado daquele rio, porque ela me ama e não me quer ver padecer. Porque seu amor é confuso, e ela sabe que não pode me abraçar, porque seu abraço é mortal. E é esse mesmo amor que aflora pela distância que deve ser permanecido, porque ele é como uma rosa esquecida. Ela é abandonada, mas mesmo assim não deixa de brotar e exalar perfume.
Meu peito ainda está ofegante e a grama macia acolhe meu corpo cansado. Sinto a gélida presença ir ao meu encalço e ainda deitado escuto uma voz dizer:
- Que passear de gôndola?