Lobo sombrio,
Uiva no horizonte,
Sem congelar no frio,
Sozinho no velho monte.
Seus olhos rubros
Fitam a lua.
Seu corpo vive obscuro
Com uma raiva nua.
A brisa e o lume
Misturam-se na ruína,
Compartilhando o próprio nume
Bailando sobre a areia fina.
Suas patas altivas
Parecem flutuar.
Sua alma maldita
Continua a vagar.
Suas garras afiadas
Apanham uma presa.
Seus dentes irados
A mastigam com malvadeza.
A fera se transforma
Numa pobre virgem.
Sua alma se acalma
Numa doce vertigem.
A inocente menina,
Sem lembrar-se de nada
Desaparece na neblina
Voando feito fada.
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