quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Boneca e a Menina

Seu rosto derrete em porcelana,
Seu coração queima em marfim.
As cinzas voam com o vento,
Que uiva em nanquim.

Altivo ele passa,
Com a Fênix em seu ombro,
Enquanto os olhos de vidro da boneca
Quebram-se ao chão,
E seu corpo de plástico,
Derrete na fogueira.

Mas a única que chora,
É a menina, chora sangue.
Ela vai fazê-los chorar também,
Vai fazê-los pagar.

A noite aparece fria e natimorta,
Com o asfalto banhado em sangue,
Enquanto a libélula rodeia a lótus.

Os corpos descansam em paz,
Na água podre e amaldiçoada.
E a lua morre mais uma vez,
Iluminando a boneca e a menina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário