Era uma vez
Um bobo rouxinol,
Na infinita placidez
Banhado pelo sol.
Seus olhos acordaram
Para a vida calma.
Suas asas despertaram
Entregando sua alma.
Logo a noite caiu
E o pássaro percebeu
Que a clara lua surgiu,
Então sua esperança reviveu.
A ave de espanto
Voou para a lua,
Contemplando seu pranto
De beleza crua.
O iludido rouxinol
Queria voar ao infinito,
Desejando aquele grande farol
Num tormento aflito.
Conta a lenda
Que a pobre ave
Quando chegou à fenda
Tornou-se suave.
Seus olhos explodiram
Numa lágrima sem fim,
Abraçados dormiram
Sozinhos assim.
Cheio de ciúme,
O pássaro nunca voltou,
Encantado pelo perfume,
Que a madame lua criou.
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