A manhã de novembro começava fria naquele dia, mas isso não ofuscava a luz do sol que ardia os meus olhos ainda fechados de fadiga e sono. O relógio mostrava que eram 07h00min da manhã, e eu tinha que me levantar e ir ao trabalho, eu já louvava porque era uma sexta-feira e conseqüentemente o ultimo dia de trabalho antes do fim de semana. Eu um empresário de sucesso de 30 anos, me preocupava apenas em ganhar dinheiro sendo freqüentemente fútil e mesquinho. Eu morava sozinho num apartamento amplo e aconchegante do qual eu usufruía de todo o conforto que o ambiente podia me trazer. A neve se acumulava na entrada da minha casa e o vento me fazia tremer os queixos, eu atravessei a calçada com dificuldade e pegando a chave do meu carro, fechei por completo meu casaco, pois mesmo dentro do meu automóvel o frio conseguia me abalar.
O dia de trabalho fora cheio e dificultoso, mas consegui superá-lo sempre mantendo a calma, pois era rude e de fino trato, e irredutível eu me permaneci por todo o dia. A noite caíra e eu tratei logo de ir embora com a esperança de aproveitar desde agora o fim de semana que eu aguardava com tanta alegria. Eu peguei meu casaco e de relance olhei para a minha mesa na qual murchava uma rosa vermelha entristecendo o ambiente, e eu cada vez mais frigido ignorei a pobre planta que por ali iria permanecer até a morte consumi-la por inteiro.
Eu caminhava pela calçada molhada e notava que uma presença incomum me acompanhava, eu olhei para o lado e vi uma aparição inacreditável. Um homem de casaco comprido caminhava ao meu lado com uma peculiaridade: ele continha imensas e imponentes asas brancas que carregava em suas costas.
- Quem ou o que é você? – perguntei a ele com uma expectativa imensa de sua resposta.
- Eu sou um anjo! – disse ele com uma serenidade espantosa.
- E o que você quer comigo? – tornei a perguntá-lo novamente com grande medo e expectativa, pois ele poderia ter vindo para me buscar.
- Te converter. – ele respondeu transparecendo objetividade. – Você é um homem profano e eu vim na tentativa de tentar abrir seus olhos e você realmente enxergar a realidade que te rodeia.
Eu permanecia pasmo e chocado com o que estava acontecendo, pois na era freqüente a vinda de anjos na presença de mortais. Ele tinha a pele branca, os olhos azuis e um cabelo enrolado, atendia perfeitamente todos os meus conceitos sobre os anjos.
- Eu sei o que está pensando! – disse ele com firmeza como se tivesse lido meus pensamentos. – Eu decidi me apresentar assim obedecendo todos os seus conceitos da palavra anjo exatamente como a minha imagem se projeta na sua mente porque talvez aparecer de algum outro jeito você poderia se assustar com a minha aparência e a minha chance de persuasão se diminuiria. Contudo a minha verdadeira aparência deve permanecer oculta pra você, eu sou um ser de luz e sua visão perante a luminosidade desintegraria seus olhos. – disse ele me alertando.
- Olha, me desculpe, mas eu não tenho tempo nem vontade de ir a igreja, pois a considero uma perde de tempo e no meu caso tempo é dinheiro, além de tudo, eu nem acredito em Deus muito menos no demônio.
- Que pena! Pois eles acreditam em você! – aquelas palavras entraram em mim abalando-me por completo.
- Você tem que aceitar a redenção! Prove da água dos anjos e sua salvação assim será feita! – ele disse isso tocando meu rosto e praticamente hipnotizando-me. Eu o olhava fixamente e notava que seus olhos azuis produziam um olhar assassino (uma coisa incomum num anjo), mas minha autoridade já tinha sido tornado a pó e eu estava me deixando levar pela razão de seus dizeres.
Sem ter mais nenhum argumento eu me deleitei sobre seu colo e aceitei a salvação deixando agora a fé me contornar e me envolver no manto de Deus.
- Eu aceito! Faça comigo o que for sua vontade – dizendo essas palavras eu agora me entregava por inteiro às graças do meu Deus onipotente.
O anjo me olhou fixamente com o mesmo olhar assassino de antes, mas agora mais intensamente e deu um sorriso de canto de boca e disse:
- Está bem, assim seja feita sua vontade!
- A propósito, anjo, qual é o seu nome? – perguntei inocentemente.
O anjo é tomado pelas chamas, seu corpo se inebria com o vermelho do fogo, suas asas se encharcam de sangue e sua boca tilinta agora o doce néctar da vida, seus olhos ficam vermelhos de repente, e seu rosto perfeito se transformara em uma afeição tenebrosa que parecia ter sido esculpida pelo ódio e a vingança, e o anjo doce de antes se transforma naquele monstro.
- Eu sou Lúcifer! O anjo da morte. E eu vim para te buscar! – disse ele flutuando em minha frente citando os dizeres com uma voz rouca, mas grossa, como se estivesse possuída.
Ele gargalhou fortemente zombando da minha fragilidade mortal. Ele saltou para cima de mim e suas asas me cobriam e de repente não sinto mais meu coração bater, ele me levou.
Oiiiiiiiiiii
ResponderExcluirEscritor da escuridão ou melhor da escritura da morte! Eu adoreiesse conto do Anjo foi simplesmente d+ é uma coisa suprendente que não tenho palavras pra dizer só que amei.
Parabéns de sua mais nova fã
Beijos e não espero a hora de ler mais contos seus