sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Noiva

Ela trajava o branco e no ventre do altar caminhava em direção naquilo que parecia ser sua felicidade. A floresta que rodeava a igrejinha velha e abandonada era mórbida e fria, enquanto a lua cálida e frondosa banhava a terra com seus raios de luz puros e amaldiçoados e junto com o outono as árvores deixavam suas ultimas folhas secas caírem de seus galhos tortos e sem vida. O céu estava revestido de negro enquanto a mãe lua aguardava o desfecho daquela história. Os sinos da igreja badalavam ecoando o chamado do enlace matrimonial enquanto as famílias aguardavam ansiosamente pela entrada da noiva. A marcha nupcial começa e ela entra no salão caminhando pelo tapete vermelho de veludo enquanto seu alvo véu escondia sua face e a longa calda de seu vestido se arrastava pelo chão. O noivo aguarda ansiosamente no altar a chegada de sua amada enquanto ela caminha lentamente até o seu abraço, ela chega até o altar e se ajoelha junto com seu amado, e o padre começa a cerimônia. Ela mantém o olhar fixo constantemente como se olhasse para o vazio e viajasse pelos espaços confusos de sua mente planejando algo de perverso. O noivo olha para a primeira fileira e lá está ele, o seu inimigo mortal aguarda o final da cerimônia pacientemente; ele também tem um olhar fixo igual ao de minha futura esposa, parecem estar em sintonia psíquica, sua respiração vai se tornando ofegante e perversa. Ela se levanta de súbito e seu corpo começa a flutuar por cima do altar, ela se deleita sobre ele e abre seus olhos negros e começa suas ações mortíferas. Ela mata a todos, depois que termina vai brincar com seus corpos e comer suas entranhas enquanto seu mestre aguarda pelo final da brincadeira, os corvos e abutres sentem o doce cheiro das carniças lá no alto e descem para apreciar junto com a noiva aquele banquete macabro. Seu noivo é a sobremesa, que é posta com muito carinho para se apreciada vagarosamente como um vinho que envelhece com o tempo e adocica seu sabor. Seu noivo ainda respira, pois conseguiu sobreviver, mas não por muito tempo. Enquanto ela caminha pela passagem entre os bancos, suas amigas e damas de honra pegam duas adagas e lhe apunhalam pelas costas, e ela morre ali mesmo enquanto seu néctar escorre pelo chão manchando o tapete de sangue sem alterar sua cor, e ela definha, mas não para sempre, seu mestre que aguardava ali no banco lhe faz voltar à vida e ela corre atrás das duas como um cão corre atrás dos gatinhos, e como vingança persegue as pobres vitimas que farão de tudo para se salvar. Seu vestido agora esta todo manchado de sangue por causa das brincadeiras que fez com seus amigos e parentes. Ela corre em direção as duas e as mata sem dó nem piedade exterminando toda a inutilidade do mundo, a lua chora, mas chora uma lagrima apenas, mas a sua única pior lagrima, a lagrima de sangue.

Um comentário:

  1. Eu acho q nunca iria nesse casamento!rsrsrsrs
    Pois ñ ia querer morrer essa noiva deve ter pegado um belo de um chifre para querer matar o noivo e os convidados logo no casamento!rsrsrs
    Brincadeirinha
    Mas falando sério está show o conto a noiva quem imaginaria que ela iria matar td mundo no dia mais especial de qualquer mulher só sendo essa "NOIVA" aí
    mas está ótimo vc é ótimo escritor ñ vejo a hora de ler mais contos seus
    bjs e abraços

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