sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Máscara Rubra

Meu coração batia forte e pulsava constante, eu corria muito para fugir daquele destino que me devoraria vivo, estava frio e o vento varria as folhas secas do chão, eu escutava os açoites das árvores verdejantes e os estrondos dos trovões, anunciavam chuva. Eu tentava fugir da morte daquele que usava a máscara rubra, mas parecia que não iria conseguir, eu corria o quanto podia, mas ele não se cansava, que não sentia dor nas pernas, nunca tinha visto uma pessoa correr tanto, era como uma cavalo que trotava com força, e trazia consigo uma faca já suja de sangue por na certa ter matado alguém no alto da colina.
Ele foi se aproximando pouco a pouco e o espaço que eu definia durante a nossa perseguição ia diminuindo, ele estava incontrolável, com sede da morte, eu podia escutar sua respiração ofegante como se fosse um animal perseguindo sua presa, ele estava determinado a me matar satisfazendo assim sua vontade. Eu virava a cabeça para trás e só conseguia ver a máscara rubra, porque o resto do corpo se apresentava apenas como um vulto.

Uma Semana Atrás...
Eu andava pelos corredores do colégio feliz com minha namorada gozando dos prazeres da juventude e do amor, eu a deixei na porta da sala onde aconteceria sua próxima aula, ela me deu um beijo doce como o mel e disse:
- Nós iremos à cabana no fim de semana?
- Claro! Não vejo a hora, temos que aproveitar que meus pais viajaram pro exterior e usufruir daquela casa.
Eu me despedi dela e fui em direção ao clube de literatura, pois era um jovem escritor que gostava de fazer contos com uma certa peculiaridade, eu escrevia sobre terror. Sentei em uma cadeira e escutei atentamente o que o professor dizia, mas só conseguia pensar na cabana, era uma casa rústica, mas um tanto aconchegante, eu iria fazer 18 anos e queria uma comemoração diferente e bem ocupante...
Eu escutava atentamente até que um abraço arrancou minha atenção, era uma amiga de sala e colega de talento, ela também tinha uma aptidão imensurável para a literatura, assim nós conseguíamos ter assuntos em comum e costumávamos trocar opiniões. Eu me virei e vi que era ela:
- Que foi? Assustou-se? – disse ela com um tom brincalhão.
- Claro que não! – disse me inebriando com a beleza da cor de seus cabelos, eram cor de fogo, cor de sangue, um vermelho que me hipnotizava. Ela estalou os dedos me acordando do transe.
- Ta olhando o que?
- Nada, só a beleza de seus cabelos bela moça ruiva. – disse com um ar galanteador e até mesmo desafiador, pois sabia que a um ano ela gostava de mim, mas eu já estava namorando, então não pude corresponder o mesmo sentimento, e desde então nos tornamos amigos, pelo menos era assim que eu pensava, mas no fundo eu sabia que ela ainda mantia uma paixão platônica por mim.
- E ai? Vai comigo na viagem? – eu a tinha convidado para ir até a cabana, para aproveitar o clima frio da época que fazia nas colinas, e ela levaria seu namorado, um cara meio sinistro que eu nem conhecia direito.
- Não. Eu não quero atrapalhar sua comemoração de aniversário, se é que você me entende? – ela disse com um tom prepotente.
- Vocês dois, parem de conversar! – disse meu professor, um homem amargo e invejoso. – Você fez o conto que eu pedi? – disse ele duvidando da minha capacidade, ele leu na frente de todos e apontou uns erros que não faziam o menor sentido, ele tinha inveja de mim por causa da minha capacidade e fazia de tudo para me ridicularizar na frente dos outros alunos, e acredito que na verdade mantia um profundo ódio, nunca descobri porque.
O sinal tocou, peguei minha mochila e sai da sala com a vermelinha (era assim que eu a chamava, pela questão do cabelo e de gostar profundamente do vermelho).
- Eu vou te falar uma coisa, você é uma ótima pessoa, mas você tem um péssimo gosta pra namoradas, porque eu acho essa sua namorada muito enjoada e arrogante. – disse ela empinando o nariz.
- Não fala assim meu amor, eu sei que vocês duas não se dão bem, mas você precisa no mínimo gostar dela por mim – disse a acalmando, nós éramos muito carinhosos um com o outro, pois éramos amigos desde que nascemos, mesmo na adolescência a gente ter ficado algumas vezes.
- Tudo bem, por você eu faço tudo – disse ela me dando um beijo no rosto, ela se despediu e foi embora.
O grande dia tinha chegado, era um dia de sábado, portanto tinha acordado mais tarde naquela manhã, desci e fiz meu café, eu ouvi umas batidas na porta, quando vi quem era...
Meu professor estava lá. Ele entrou de supetão sem nem pedir licença, e me entregou um trabalho, sobre um conto de cinco páginas, na verdade eu até gostei, pois me divertia escrevendo.
Logo a noite caiu, eu tinha ligado pra minha namorada combinando que iria passar na casa dela. Eu arrumei minhas coisas liguei o carro e sai. Quando já estávamos lá, eu e minha namorada, na cabana, eu coloquei uma música romântica e servi um vinho. Deitei na cama e ela se debruçou em cima de mim, começamos a nos beijar, até que ela pediu pra ir no banheiro cortando todo o clima, eu até entendi porque mulheres são assim. Eu estava esperando já fazia uns quinze minutos e ela não vinha, até que eu escutei uns barulhos do lado de fora, nem liguei, mas eles foram ficando mais freqüentes, até que escutei alguém bater na porta, me levantei e fui atender achando até meio estranho, quando eu abri a porta, ele estava lá, o assassino rubro. Eu me afastei aos poucos até que cai no chão, eu gritei pela minha namorada, mas acho que ela já tinha sido morta porque no banheiro tinha uma janela. Eu peguei a taça de vinho ao lado da cama e joguei em seu rosto tão rápido que a bebida conseguiu penetrar em seus olhos, ele se debateu e desabou. Eu corri pelo bosque cercado pela cabana, o mais rápido que pude, mas já dava pra escutar os galopes dele. Ele corria rápido até que eu escorreguei nos cipós e no musgo ali do chão, eu me levantei, mas vi que não tinha mais pra onde fugir, pois havia um enorme abismo onde terminava a estradinha. Eu o vi se aproximando lentamente, eu clamava por piedade, dava pra escutar seu risinho malicioso por trás da máscara, eu pedi com todas as forças para que pelo menos ele se revelasse, ela se reverenciou e tirou a máscara.
Eu podia imaginar tudo, menos aquilo, quando eu vi quem era, quase não acreditei, uma pessoa que amava tanto não podia estar fazendo aquilo comigo, era minha namorada.
- Por quê? – disse desesperado.
- Por causa da sua amiguinha , a vermelinha – disse ela gargalhando alto.
- Eu não quero competição, com você, então se você não pode ser meu, não vai ser de mais ninguém.
Ela cravou a faca em meu peito e me jogou abismo abaixo. A última coisa de que me lembro foi de meu ultimo suspiro, e depois a morte.

5 comentários:

  1. obrigado, vai ter mais toda sexta feira a noite

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  2. Estou esperando mais lçançamentos mesmo
    adoro seus contos são mt bons
    bjs

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  3. VC É DOIDO, TA PRECISANDO DE EXORCISMO! MONSTRO!

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  4. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK...... É BRINCADEIRA..... MAIS CONTINUO AXANDO Q VC PRECIDA DE TERAPIA........ CHICO.... MEU KERIDO.... XERUUUUUUUUUUUUUUU

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