sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Rosa Vampira

Tão branca como a neve, tão suave como a bruma, a rosa vampira é um ser medonho que te suga por completo, quando esta com fome fica branca, mas quando termina de se saciar, se avermelha como o sangue e descansa em seus aposentos, a calada da noite chega e ela sai pra caçada, pra conseguir mais uma vitima que aguarda a morte como um cordeiro assustado enquanto o lobo não vem, ela caminha lentamente pelos espaços vazios do solo e sua pele alvíssima se mistura com a luz branca da lua provocando compatibilidade de cor e de desejo pois quão é provocante a lua e sua luz invocativa, a rosa vampira se aproxima do pescoço imaculado que ela tem prazer em profanar e o ataca sem piedade, sua pele segue se avermelhando e seus olhos tornam-se rubros mais uma vez, o prazer a inunda e sua pele se arrepia de tanta satisfação em se alimentar novamente pois passava fome já fazia um tempo, o corpo de sua vitima cai no chão já morto e ela o arrasta até seu casarão no meio do deserto enquanto a areia se afasta de medo. Ela retira seu capuz e mostra para o mundo seus longos cabelos negros e seu pescoço que um dia já foi mordido por outra rosa metamorfoseando-a assim naquela monstruosidade, sua boca adocicada pelo sangue cospe no chão os restos de um ser humano inocente que apenas um objeto que pode ser alcançada diante de sua força e agilidade. Ela joga o corpo no porão e vai tomar banho, sua pele quente toca a água fria provocando calafrios em um corpo morto escravizado pela fome e fadado a se arrastar pelo mundo e se lastimar por uma gota de sangue que seja, só para sentir mais uma vez a sensação do sangue mais doce do mundo tocar sua boca e deslizar por sua garganta, ela espanta os malditos corvos que sentem o podre cheiro de carniça dentro da casa na qual ela esconde suas vitimas que se somam milhares em séculos de trabalho e satisfação, as ossadas se misturam e os crânios já em decomposição mostram os parasitas que se alimentam da morte decompondo assim os corpo. O sol já mostra seus primeiro raios de luz invadindo aquela casa macabra e ela tem que ir se deitar porque já esta tarde, ela abre a porta do caixão onde dorme para se deleitar do descanso eterno, mas para ela, o seus descanso é breve, porque à noite ela sai pra caçar mais uma vez, pra caçar um pobre coitado que vaga por ai, um mendigo, um andarilho, seja quem for, para ela não existe distinção de qualquer que seja a condição de sua próxima vitima, depois que o sol se põe no oeste ela sai de seu leito para saciar-se de novo, porque sua pele esta branca novamente, ela se despede de suas pétalas alvas para se inebriar com pétalas rubras embebidas de sangue, suas vestes também mudam de cor e suas presas sedentas aparecem apenas para tilintar mais uma vez as gotas do doce néctar que pulsa quente e constante dentro dos corpos de suas vítimas, ela vaga novamente por cima do solo e ataca o meu pescoço, eu suspiro e a morte me carrega até sua cama na qual se deleita com meu espírito enquanto mentalmente meu corpo ainda lúcido escuta os violinos tocarem a marcha fúnebre, e a minha última palavra é:

- Adeus!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Palhaços

Eles te fazer rir, fazem você se divertir, com a boca pintada e o nariz vermelho eles sorriem pra você, mas comigo não foi assim. Naquela noite a lua cheia sinalizava o medo e algo de sombrio iria acontecer, eu estava naquele parque de diversões com meus amigos, eu via a roda gigante me hipnotizar com as luzes que giravam coordenadamente e meu sangue pulsar de tão rápido que eu corria para me divertir. Subimos na roda gigante e quando já estávamos lá no alto eu tive uma premonição de que algo de ruim iria acontecer, mas eu agüentei firme mesmo com o medo inconcebível, as grades da minha mente não me permitiam continuar e tendo um ataque de pânico pedi incontrolavelmente para ir embora, mas meus amigos disseram que eu ia me acalmar e depois animar-me novamente, eu inocentemente atendi ao seu apelo não querendo estragar a noite de todos.

Um deles sugere para ir até a casa dos palhaços, que era um brinquedo de terror onde palhaços lhe assustavam, mas eu clamei para não irmos, mas meu pedido foi ignorado, eu fui arrastado por eles até aquele macabro brinquedo e tremendo eu entrei sozinho porque eles me trancaram lá. Eu gritava e batia na porta para eles me deixarem sair, mas eles já tinha ido embora e a minha única saída era atravessar tudo aquilo. Eu andava temendo e abominando tudo o que se alojava ali dentro. Eu sentia que tinha alguém à espreita, se escondendo atrás das sombras que a noite cria, eu começava a escutar gargalhadas vindas de todos os cantos ecoando pelas galerias daquele lugar, eu chorava constantemente porque eu já sabia o que iria me acontecer. As gargalhadas macabras ficavam mais constantes e eu perguntava se tinha alguém ali e uma voz respondeu:

- Tem sim! Agente quer brincar com você!

- Eu não quero brincar com você, some daqui! – gritava eu para o silêncio.

Passos profundos iam se aproximando de mim e eu me assustava cada vez mais. As gargalhadas não paravam e meu desespero aumentava cada vez mais, eu via agora palhaços ao meu redor, suas bocas pingavam sangue e suas garras também.

- Agente só quer brincar com você menino, não fuja, não vai doer! – eles diziam isso parando para dar risos.

Eles se aproximavam cautelosamente, em suas mãos eles carregavam lâminas afiadas e os espelhos da sala refletiam o meu medo que era exalado pela minha mente.

Eles me seguraram e foram decepando partes do meu corpo e desesperadamente eu gritava de dor por ter meu corpo desmontado como o de um boneco. Brincadeiras divertidas, pelo menos para eles é o que eles queriam fazer e fizeram, meu restos mortais foram encontrados dias depois, mas o mistério da minha morte nunca foi desvendado, só os espelhos guardam esse segredo que para sempre vai permanecer oculto.