sábado, 14 de janeiro de 2012

A Vampira

Negro ser que da morte é irmã,
Boia na água, murmurando sanguinolenta,
A praga rainha de natureza violenta,
Feroz, devora o sol, o dia e todo o amanhã.

As sombras compõem seu esqueleto
Que se decompondo às moscas, pede e grita
Perdão a todas as almas numa prece infinita,
Atada com todos os demônios pelo amuleto.

Segurada pelos braços do inferno,
A vampira presa está agora,
Por um ódio antigo, porém moderno.

Chora, clama, berra a toda hora,
Enquanto seu amado chora neste inverno
E suas mortas lágrimas a saudade corrobora.

Arco-íris

Nascido dum intenso choro,
Feito de toda cor, em toda era,
Silente brota beijando a primavera
Ao eterno som dos anjos em coro.

Vagaroso, ele perde as cores
Que se derretem em preto e branco,
Virando pierrô e não mais saltimbanco
Suplica para que se cessem tantas dores.

Antes guardava um tesouro
Ao sortudo que encontrasse em seu final
O que toda lenda dizia ser um pote de ouro.

Mas depois desta canção,
Gótico agora é o arco-íris.
Fortuna envenenada, é agora maldição.